INVESTINDO NA BOLSA DE VALORES, SEM PERDER OS SEUS VALORES!

Esse artigo leva em conta que você:

• Entende minimamente alguns conceitos ligados a investimentos;
• Tem pretensões de investir, ou já investe na bolsa de valores.

Vamos lá...

Antes de eu começar a investir, precisamente em janeiro de 2011, li muitos livros e bebi de fontes diversas, algumas totalmente antagônicas. Após alguns anos como investidor em períodos bons e ruins da BOVESPA, vejo que a maioria das pessoas que perdem seus valores (literalmente) na bolsa o fazem por acreditar em tudo que leram nos livros ou por pura ganância, como achar que facilmente transformarão 100 em 1.000 reais!

Já apresentei algumas dicas de como analisar e escolher uma ação com base em alguns dados. Hoje afirmo que se você estabelecer metas modestas de ganhos, deixar dessa onda de Buffet de comprar ações e segurá-las para sempre (quando ele mesmo não faz isso o tempo todo), e investir em empresas sólidas e de boa reputação no mercado (geralmente as mais negociadas, as blue chips!), poderá sim ter lucro interessante no curto ou médio prazo.

Primeiro, ao invés de pensar que transformará 100 em 1.000 reais, pense que ganhará 100 reais a partir de 1.000. Isso não apenas soa mais realista, como de fato poderá se concretizar. Estude a ação que pretende comprar (sim, gaste algum tempo analisando-a, vendo as suas cotações dos últimos meses, anos, como está o seu “movimento”; as pessoas estão comprando ou vendendo mais essa ação? O que diz a imprensa especializada? Qual a recomendação da sua corretora?). Não tenha pressa, pressa é para day trader, na bolsa a pressa é geralmente inimiga do lucro. Estabeleça um preço teórico com base nas suas análises que seja aceitável pagar pela ação.

Feito isso, defina quanto movimentará na operação. Lembre-se, nunca ponha mais dinheiro do que você se sente confortável, por que você perderia o seu sono? Dormir é importante para o investidor. Antes mesmo de iniciar a operação, defina previamente quanto pretende lucrar. Penso que 10% de lucro líquido (já descontados os custos) é bem interessante. Imagine que dificilmente você conseguiria lucrar esse tanto em algumas semanas ou meses com outros tipos de aplicações (que não fossem pirâmides!). Aguarde a maturação do investimento. Pensar o quanto você pretende permanecer “comprado” é importante, mas procure esperar pela meta a ser alcançada, evitando realizar o prejuízo. Deixe a ordem de venda (sem data para vencer) já ativa, tendo o cuidado de checar uma vez por semana se ainda está lá (a ordem), assim, quando a ação atingir a sua meta, será vendida e o lucro cairá na sua conta como dinheiro (3 dias úteis depois).

Comprar ações é uma operação de risco, por mais que você ache que saiba o que está fazendo, evite ações de fora do IBOVESPA, ações de empresas desconhecidas, que você não sabe o que elas produzem, ou que tem seu escritório comercial em outro país que não o Brasil. Evite ações que:

• têm menos liquidez (< 1.000 negociações diárias);
• movimentam pequenas quantias (< 1.000.000 de reais diários);
• o preço de oferta de compra e venda sejam distantes (o normal é variar entre 1 e 2 centavos no máximo). Vários centavos ou reais de diferença demonstram que o mercado está indeciso quanto ao valor da ação.

Ao evitar esse tipo de ação, você evita a dificuldade de liquidez, reduzindo as chances de não haver compradores para a suas ações na hora da venda. É bem verdade que esse ponto de corte pode deixar boas opções do lado de fora, mas garanto que é melhor ser mais do que menos cauteloso, afinal, todos querem investir sem perder os seus valores!

Bons investimentos!

Homenageado desse Post: 
Robério Bandeira - grande amigo e cético sobre a bolsa de valores.