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quinta-feira, 1 de março de 2012

Poupar para Alcançar um Sonho!

Em tempos de mudanças tão rápidas tanto na economia, como na sociedade, na tecnologia etc. parecemos estar sempre correndo atrás da novidade e querendo deixar o velho para trás... Não que isso seja necessariamente ruim, mas até que ponto é positivo, ou melhor, necessário? Não sei a resposta para essa pergunta, por isso a deixarei assim, no ar, para quem quiser respondê-la.

Outro dia, ao conversar com André que havia acabado de quitar seu apartamento, ele me falou que já estava pensando no futuro e que gostaria de começar a pagar um apartamento na planta, pois no futuro precisaria de um maior para morar com a família. André é recém casado e sem filhos e também um felizardo por ter uma bela esposa e um apartamento novo e totalmente quitado assim que casaram. Ele veio me perguntar o que eu achava dele comprar um novo apartamento no momento... E Qual foi a minha resposta?

Se ele não fosse meu amigo não me preocuparia tanto em dar um bom conselho, mas a realidade é outra, indiquei, portanto, que ele não comprasse um novo apartamento. Ele ficou a me olhar, tentando entender o que eu queria dizer com isso. Então expliquei que, no momento, ele e a esposa não tinham dívidas e moravam num apartamento quitado - e ele concordando e balançando a cabeça - portanto, era o momento ideal para que eles juntassem dinheiro para a compra desse sonhado apartamento maior para daqui a uns anos, já que não pensavam em ter um filho de imediato, o que poderia significar a real necessidade de um apartamento maior. Ele ficou pensativo por unsinstantes, balançou novamente a cabeça e pareceu concordar com meu conselho. Continuei, esse é o momento ideal, que tantas pessoas buscam para poder programar a compra futura de um sonho de consumo. Mas você pode pensar que o apartamento é uma necessidade de moradia, mas também não deixa de ser um desejo do coração de seu comprador, portanto, um sonho.

Calculo que ele e a esposa devam juntos ganhar uns 12.000 reais, líquidos. Acredito que entre as possíveis despesas que tenham para se manter, morar, manter um carro etc. Deva ficar em torno dos 8.000 reais. Temos, então, uma possibilidade de um aporte mensal total de 4.000 reais para serem economizados para compra do sonhado apartamento. Sem falar que devemos contar com o fato de que em alguns anos poderão estar ganhando mais, pois a esposa terá crescido na profissão e ele também (pois são jovens). Mas você pode me dizer que é duro guardar "tudo que sobrar" só para comprar uma coisa. OK, já que ele dispõe de 4.000 reias, vamos deixar 500 reias para gastos eventuais ou extras de qualquer natureza e vamos contar efetivamente com 3.500 reais.

Inicialmente vou considerar que ele use a poupança para depositar 3.500 reias mensais, por 8 anos seguidos, para chegarmos ao preço do apartamento, que é 460.000 reais


Valor que deseja acumular (G)
R$
Taxa de Juro ao Ano (B)
%
Taxa de Juro ao Mês (C)
%
Prazo em anos (D)


Prazo em meses (E)


Fator de Acumulação (F)


Aplicação Mensal (A)
R$

* cálculos feitos com a calculadora do site Como Investir.


Considerando que a poupança renderá anualmente 6,8%, o que dá uma rentabilidade mensal de 0,55%, aplicando na poupança a cada mês exatos 3.650,83 reais (um pouco mais que 3.500,00)  durante 8 anos, ele chegará ao valor do apartamento. Nossa! Quem fez a mágica? Afinal, ele aplicou no total 350.479,68 reias, mas no final ficou com os 460.000 reias! Ou seja, a poupança o "deu" através dos juros + TR, exatos 109.520,32 reais. Como isso ocorreu? Através dos juros sobre juros, chamados tecnicamente de juros compostos, que são aqueles mesmos que fazem a sua fatura do cartão de crédito crescer desmedidamente, caso não seja paga. Só que no caso, ao invés de pagar juros, como pagaria num financiamento, está recebendo juros, o que é maravilhoso!


A VERDADE SOBRE O FINANCIAMENTO DE UM SONHO

Você pode argumentar que o apartamento provavelmente terá aumentado de preço e a inflação terá feito com que 460.000 reais daqui a 8 anos não tenham o mesmo poder de compra. OK, concordo com você, vamos pensar então numa situação mais real... Suponhamos que o apartamento tenha valorizado 8% ao ano, o que não é pouco e dependendo do bairro onde estiver talvez não chegue a isso. Bem, o apartamento estará custando, em 8 anos, 848.668,59 reais. Mas aí você me diz... Não dá para comprar o apartamento. É verdade, pois ficarão faltando 388.668,59 reais. Só que tem um detalhe importante, se ele quiser financiar o valor restante, já terá pago 54,2% do valor total e pelo fato de ter mais de 50% para pagar à vista poderá negociar com o proprietário um desconto, afinal, poucas pessoas terão 460.000 reias para dar de uma vez, de entrada e financiará menos da metade do valor total. Se ele financiar o restante (388.668,59), com 12% de juros ao ano (taxa média cobrada pelos bancos), em mais 7 anos, pagará 487.675,80 reais, com uma parcela de uns 3.800 a 4.000 reias mensais. No final, terá pago ao total 460.000 + 487.675,80 = 947.675,80. Bem mais que os 460.000 reias iniciais... 

Porém, se, pelo contrário, tivesse financiado o apartamento desde o início, sem juntar nada, pagaria o equivalente a 1.140.157,55 reais no total, levando-se em conta um financiamento com os mesmos 12% de juros ao ano, em parcelas fixas de 5.344,46 reais, bem mais que os iniciais 3.650,83 reais que deveriam ser aplicados na poupança e os, aproximadamente, 4.000 reias do restante do financiamento. Para a compra do apartamento em ambos os casos foi considerado um prazo total de 15 anos ou 180 meses. No final das contas, guardando dinheiro na poupança e se programando, o apartamento terá saído 192.481,75 reais mais barato e cá para nós, isso não é pouco dinheiro. Dá para comprar um ou dois carros muito bons, ou para guardar numa aplicação para a compra futura de outro imóvel... UAU, que maravilha! E olha que na simulação, utilizei a poupança, que é uma das opções de aplicação menos rentáveis, apesar de ser bastante segura e isenta do imposto de renda.

Moral da história, quem junta dinheiro recebe juros, quem financia, paga juros. Quem junta, ganha ainda mais, quem não junta, paga ainda mais... Espero que tenha ficado claro o que tentei expor nesse post. Não sou economista, mas psicólogo e digo isso para lhe encorajar a sempre fazer as contas antes de financiar uma compra, lembre-se, quem paga à vista, paga melhor, pois pode pedir desconto.

Junte, aplique, espere e não se arrependa!

Se achou esse post legal ou útil, comente, ficarei feliz em ler seu comentário e respondê-lo.

Bons Investimentos

DF

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Fontes:

http://www.comoinvestir.com.br/financas-pessoais/calculadoras/quanto-poupar/paginas/default.aspx
http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/ferramentas/simulador-poupanca.shtml
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciamentoPrestacoesFixas.do

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Juros para Enriquecer!

Ninguém discordaria que em uma sociedade capitalista dinheiro é sinônimo de poder. Para fundamentar esta afirmação cito apenas um exemplo, os bancos, que são instituições riquíssimas e com um poder considerável em qualquer país capitalista. O poder deles é tão grande que quando estão "quebrando" por má administração e/ou fraudes os governos imediatamente os ajudam, "dando" o dinheiro que é do povo - arrecadado por impostos - para que eles sobrevivam às crises, como no caso da crise subprime ocorrida nos EUA.

Os bancos vivem eminentemente dos juros cobrados nas diversas operações financeiras. É verdade que eles também pagam juros para os investidores que deixam seu dinheiro aplicado. Mas será que os juros que eles pagam é tão grande quanto o que eles cobram? A resposta é um grande não! Os juros em cheques especiais são muito altos, chegando a ser cerca de 9% ao mês, enquanto a poupança rende algo em torno de 0,60% mensais. A diferença é gritante, por isso é necessário desde já que você entenda que apesar dos juros pagos numa aplicação financeira serem geralmente ínfimos em relação aos juros praticados pelos bancos em empréstimos, cheques especiais e cartões de créditos, eles lhe darão a possibilidade de aumentar seu patrimônio líquido ao longo dos anos.

Só para ficar mais claro, se alguém ficasse devendo R$ 70 mil constantemente no cheque especial por cinco anos - caso teórico que dificilmente aconteceria na vida real, pelo valor elevado e o prazo longo - pagaria, ao final, mais de R$ 13 milhões.* Se, por outro lado, alguém investisse esses mesmos 70 mil num aplicação que pagasse 0,75% ao mês, obteria ao final de 10 anos, 171.595,00 reais. É certo que os juros cobrados pelo banco são exageradamente maiores, mas mesmo com os pequenos juros fornecidos à nossa aplicação hipotética, em 10 anos, alcançaríamos mais 100 mil reais que inicialmente não estavam lá!

Atualmente estou lendo um livro chamado "12 meses para enriquecer: o plano da virada", editora Lua de Papel, de Marcos Silvestre, que é planejador financeiro. Nele é exposto de forma simples e acessível ao leigo noções de matemática financeira, oferencendo, inclusive, um CD com planilhas e calculadoras, no Excel, para que você mesmo aprenda a calcular juros na hora de parcelar um veículo ou imóvel, por exemplo. Definitivamente, um livro que vale a pena ser lido e consultado, pois poderá servir para guiar seus passos rumo ao enriquecimento.

b_250_143_16777215_0___images_stories_concurso_matematica_juros_compostos_02.gifUm dos fatores mais importantes, segundo o autor para o enriquecimento é justamente você deixar de pagar juros e passar a recebê-los. Sei que isso nos traz uma sensação de dèjá vu, afinal já vimos isso em algum outro lugar, mas os exemplos trazidos no livro nos fazem realmente pensar de forma clara sobre o assunto. A maioria das pessoas que adquire um carro em 60 prestações, na maioria das vezes, não sabe exatamente quanto vai pagar de juros ao final das parcelas e nem, muito menos, se preocupam em quanto custará o veículo no total. Ora, você comprando o veículo em prestações pagará altos juros que são compostos! Ou seja, os 0,99% oferecidos amplamente nas campanhas publicitárias podem levar você a pagar o dobro ou perto do dobro do valor do bem adquirido. Sendo que o veículo vai sofrer depreciação natural, haverá necessidade de manutenção e após os 5 anos do financiamento você estará precisando trocar de carro novamente, sem, no entanto, dispor do dinheiro para isso.

A única forma de evitar a situação acima é através do planejamento. Se você realmente precisar do carro com urgência, procure comprá-lo dando o máximo de entrada e parcelando no mínimo de tempo possível, assim reduzirá os juros a serem pagos. Se não for o veículo uma necessidade, programe-se, calcule quanto você vai precisar guardar numa aplicação para que disponha do dinheiro para comprar o carro daqui há alguns anos. Isso lhe ajudará em duas coisas, primeiro, você precisará juntar menos dinheiro que o valor dele, pois o resto do dinheiro será conseguido pelos juros compostos da aplicação; segundo, no ato da compra você poderá negociar o preço, pedindo um desconto, quem sabe de uns 5 ou 10%, já que pagará à vista.

Dessa forma, você terá pago menos dinheiro pelo carro por não ter juntado seu valor integral, já que parte virá dos juros pagos pela aplicação, terá tido um desconto à vista, o que lhe garantirá, digamos uns 5 mil reias de sobra (quando pensando em um carro de uns 30 mil), que poderão ser gastos numa viagem ou reinvestidos numa aplicação para garantir a troca do carro daqui a uns anos.


Endividar-se com financiamentos pode ser uma má idéia, pois quando colocamos os juros embutidos nessas operações financeiras na "ponta do lápis", vemos que a única maneira de realmente enriquecer é com alguma dose de planejamento financeiro, para que nós, consumidores, fujamos das armadilhas da publicidade enganosa ou das tentações do consumo imediato através de parcelamentos ou financiamentos desnecessários.

Concluindo, é deixando de pagar juros  exorbitantes e passando a aplicar o dinheiro de forma regular para alcançar um desejo que estaremos trilhando o caminho que conduz à prosperidade.



Um abraço e bons investimentos!
DF

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Fontes:
* http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1009447-juro-do-credito-pessoal-chega-a-68-ao-ano-seis-vezes-a-selic.shtml

Links úteis:
- calcule o valor futuro de uma aplicação lenvando em conta seus juros mensais, dentre outros:
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/jsp/index.jsp

- outro site interessante para calcular juros:
http://www.calculadoraonline.com.br/financeira

- sítio do livro citado:
http://www.oplanodavirada.com.br/