terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hormônios do Comportamento Financeiro

Sem dúvida alguma, apesar da crise mundial, o Brasil vive um momento de crescimento econômico e certo otimismo (ainda que com pitadas de ceticismo). Neste cenário, o número de investidores no país tem aumentado de forma geral, as mulheres que investem no mercado de ações, por exemplo, saltaram de 15 mil, em 2002, para 148 mil em setembro deste ano. Apesar desse crescimento, elas ainda representam menos de 25% do total de investidores da BM&F Bovespa, que é de aproximadamente 600 mil.

Alguns atribuiriam essa diferença a fatores socioeconômicos, como o fato das diferenças salarias entre homens e mulheres, ou à natureza cautelosa delas, tendo em vista que o número de mães solteiras que sustentam a família tem aumentado nos últimos anos. Existe, no entanto, uma nova área de estudo chamada endocrinologia financeira, que visa entender como os hormônios afetam o comportamento dos investidores.

A explicação para o fato de as mulheres serem mais conservadoras e os homens mais agressivos nos investimentos pode estar nos hormônios! Os estudos da área tem mostrado que alguns hormônios fazem com que as pessoas se sujeitem a riscos maiores, enquanto outros fazem com que se comportem de maneira mais cautelosa, existem, também, os que deixam as pessoas confiantes a ponto de dar dinheiro para desconhecidos administrarem.

Especialista em finanças, Eliana Bussinger, autora do livro "As leis do dinheiro para Mulheres" (Editora Alegro), afirma que, por produzirem mais testosterona  ao longo da vida, os homens são mais impulsivos, visto ser  "um hormônio associado à agressividade e ao poder".
"Já as mulheres são inundadas por coquetéis de hormônios ao longo da vida (durante o ciclo menstrual, quando tem filhos e, mais tarde, na menopausa), e tudo isso influencia a maneira como elas tomam decisões", diz Eliana.


TESTOSTERONA - O Hormônio do Investidor "Agressivo

Testosterona faz os homens correrem mais riscos nos investimentos. O seu impacto na tomada de decisões de homens foi comprovado por uma pesquisa feita na Universidade de Cambridge, Inglaterra. O estudo, coordenado pelo pesquisador John Coates, concluiu que os operadores de corretora que tinham níveis mais altos de testosterona pela manhã, eram os que mais se arriscavam no mercado financeiro e os que tiveram mais chances de ganhar dinheiro em um período menor de tempo.

O estudo mostrou, ainda, o impacto do cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, sobre os operadores: quanto maior era o nível desse hormônio, menor era o risco ao qual se submetiam.

“Esses dois hormônios podem afetar a capacidade do investidor de fazer uma escolha racional", afirma John Coates.  Como se sabe que as mulheres produzem apenas 10% da quantidade de testosterona produzida pelos homens, talvez isso explique porque elas tendem a serem mais conservadoras em seu investimentos.

 

OXITOCINA - O Hormônio do Investidor "bonzinho"


Um outro estudo feito na Universidade de Zurique, Suíça, mostrou como o hormônio oxitocina influencia as decisões financeiras. Um grupo de voluntários inalou um spray de oxitocina enquanto outro grupo inalou um placebo. Depois, os voluntários foram orientados a dar dinheiro para um desconhecido aplicar no mercado financeiro. Os que inalaram oxitocina deram 17% mais dinheiro do que os outros. Concluiu o coordenador da pesquisa, Ernst Fehr, economista,  que a oxitocina aumentou a confiança nos outros - o que pode levar a riscos na hora de investir.

"É um tipo de hormônio que faz com que ela não se coloque em primeiro lugar. A capacidade cética e racional desaparece. Quando se trata de decisões financeiras, faz com que ela tenha mais facilidade de cair numa armadilha ao investir. Ou que ela entregue dinheiro ao filho sempre que ele pedir."

Foge totalmente à intenção do presente post estigmatizar as mulheres, até porque sou casado com uma delas e ela é o peso necessário na balança no momento de alocar recursos em renda variável, funcionando melhor que qualquer fundo hedge.

Apesar das diferenças biológicas, elas tem ocupado cada vez mais espaço num mundo antes tido como "masculino". Viva as mulheres! Viva a sua cautela na hora de investir! Talvez o ideal fosse chegarmos a um equilíbrio entre os hormônios, coisa que deixo aos cientistas para descobrirem se é possível.

Bons investimentos, sejam eles agressivos ou conservadores.

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Daniel