Ninguém discordaria que em uma sociedade capitalista dinheiro é sinônimo de poder. Para fundamentar esta afirmação cito apenas um exemplo, os bancos, que são instituições riquíssimas e com um poder considerável em qualquer país capitalista. O poder deles é tão grande que quando estão "quebrando" por má administração e/ou fraudes os governos imediatamente os ajudam, "dando" o dinheiro que é do povo - arrecadado por impostos - para que eles sobrevivam às crises, como no caso da crise subprime ocorrida nos EUA.
Os bancos vivem eminentemente dos juros cobrados nas diversas operações financeiras. É verdade que eles também pagam juros para os investidores que deixam seu dinheiro aplicado. Mas será que os juros que eles pagam é tão grande quanto o que eles cobram? A resposta é um grande não! Os juros em cheques especiais são muito altos, chegando a ser cerca de 9% ao mês, enquanto a poupança rende algo em torno de 0,60% mensais. A diferença é gritante, por isso é necessário desde já que você entenda que apesar dos juros pagos numa aplicação financeira serem geralmente ínfimos em relação aos juros praticados pelos bancos em empréstimos, cheques especiais e cartões de créditos, eles lhe darão a possibilidade de aumentar seu patrimônio líquido ao longo dos anos.
Só para ficar mais claro, se alguém ficasse devendo R$ 70 mil constantemente no cheque especial por cinco anos - caso teórico que dificilmente aconteceria na vida real, pelo valor elevado e o prazo longo - pagaria, ao final, mais de R$ 13 milhões.* Se, por outro lado, alguém investisse esses mesmos 70 mil num aplicação que pagasse 0,75% ao mês, obteria ao final de 10 anos, 171.595,00 reais. É certo que os juros cobrados pelo banco são exageradamente maiores, mas mesmo com os pequenos juros fornecidos à nossa aplicação hipotética, em 10 anos, alcançaríamos mais 100 mil reais que inicialmente não estavam lá!
Atualmente estou lendo um livro chamado "12 meses para enriquecer: o plano da virada", editora Lua de Papel, de Marcos Silvestre, que é planejador financeiro. Nele é exposto de forma simples e acessível ao leigo noções de matemática financeira, oferencendo, inclusive, um CD com planilhas e calculadoras, no Excel, para que você mesmo aprenda a calcular juros na hora de parcelar um veículo ou imóvel, por exemplo. Definitivamente, um livro que vale a pena ser lido e consultado, pois poderá servir para guiar seus passos rumo ao enriquecimento.
Um dos fatores mais importantes, segundo o autor para o enriquecimento é justamente você deixar de pagar juros e passar a recebê-los. Sei que isso nos traz uma sensação de dèjá vu, afinal já vimos isso em algum outro lugar, mas os exemplos trazidos no livro nos fazem realmente pensar de forma clara sobre o assunto. A maioria das pessoas que adquire um carro em 60 prestações, na maioria das vezes, não sabe exatamente quanto vai pagar de juros ao final das parcelas e nem, muito menos, se preocupam em quanto custará o veículo no total. Ora, você comprando o veículo em prestações pagará altos juros que são compostos! Ou seja, os 0,99% oferecidos amplamente nas campanhas publicitárias podem levar você a pagar o dobro ou perto do dobro do valor do bem adquirido. Sendo que o veículo vai sofrer depreciação natural, haverá necessidade de manutenção e após os 5 anos do financiamento você estará precisando trocar de carro novamente, sem, no entanto, dispor do dinheiro para isso.
A única forma de evitar a situação acima é através do planejamento. Se você realmente precisar do carro com urgência, procure comprá-lo dando o máximo de entrada e parcelando no mínimo de tempo possível, assim reduzirá os juros a serem pagos. Se não for o veículo uma necessidade, programe-se, calcule quanto você vai precisar guardar numa aplicação para que disponha do dinheiro para comprar o carro daqui há alguns anos. Isso lhe ajudará em duas coisas, primeiro, você precisará juntar menos dinheiro que o valor dele, pois o resto do dinheiro será conseguido pelos juros compostos da aplicação; segundo, no ato da compra você poderá negociar o preço, pedindo um desconto, quem sabe de uns 5 ou 10%, já que pagará à vista.
Dessa forma, você terá pago menos dinheiro pelo carro por não ter juntado seu valor integral, já que parte virá dos juros pagos pela aplicação, terá tido um desconto à vista, o que lhe garantirá, digamos uns 5 mil reias de sobra (quando pensando em um carro de uns 30 mil), que poderão ser gastos numa viagem ou reinvestidos numa aplicação para garantir a troca do carro daqui a uns anos.
Concluindo, é deixando de pagar juros exorbitantes e passando a aplicar o dinheiro de forma regular para alcançar um desejo que estaremos trilhando o caminho que conduz à prosperidade.
Um abraço e bons investimentos!
DF
___________
Fontes:
* http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1009447-juro-do-credito-pessoal-chega-a-68-ao-ano-seis-vezes-a-selic.shtml
Links úteis:
- calcule o valor futuro de uma aplicação lenvando em conta seus juros mensais, dentre outros:
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/jsp/index.jsp
- outro site interessante para calcular juros:
http://www.calculadoraonline.com.br/financeira
- sítio do livro citado:
http://www.oplanodavirada.com.br/