Mostrando postagens com marcador Diversificação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Diversificação. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Não Quebre a Balança, Rebalanceie

Dois importantes passos devem ser dados pelo investidor ao começar a sua aventura rumo ao milhão (ou milhões).

O primeiro deles é definir o seu perfil de investidor e para isso, não basta responder um questionário qualquer da área de investimentos do seu banco...
O segundo, é definir a sua carteira de investimento, ou como se diz, um portfolio.  Assim você definirá que produtos financeiros deseja adquirir do seu banco e em que proporções terá aplicações de renda fixa e variável.


BALANCEAMENTO DO PORTFOLIO

Após a definição de um portfolio de investimento, será necessário de tempos em tempos verificar qual parte dele cresceu mais, se a de renda variável ou da fixa e rebalanceá-lo para manter a proporção que havia sido definida inicialmente. Pode-se, por exemplo, manter 70% em renda fixa e 30% em variável, mas cada um define esse percentual da forma que acha mais adequado.
O balanceamento deve ocorrer também dentro da própria parcela da carteira de renda variável e fixa. Isso porque você quer manter a sua estratégia de investimento e também para que reduza a volatilidade (variações exageradas) da sua carteira, assim como o risco.
Suponhamos que você tenha uma carteira de ações com 5 empresas distribuídas em pesos iguais (100% : 5 = 20%) e nos últimos 2 anos uma delas praticamente duplicou de preço (ação 1), enquanto duas aumentaram apenas um pouco e outras desvalorizaram (quadro A). Agora você fará um novo aporte (compra de ações) e está na dúvida se compra mais da que subiu ou das que caíram de preço.

Sei que parece difícil de acreditar, mas se você concentrar as novas compras na ação que subiu estará aumentando exponencialmente o risco da sua carteira. Isso ocorre porque a ação já se valorizou num passado recente, fazendo com que a carteira que inicialmente tinha 20% dos recursos totais para cada ação (100% : 5 = 20%), esteja muito desequilibrada, ou seja, com a maioria dos recursos aplicados em um único ativo (ação).
Imaginemos que a situação atual é a seguinte: Ação 1 (35%), Ação 2 (15%), Ação 3 (25%), Ação 4 (15%), Ação 5 (10%) (quadro B).
Nas dadas circunstâncias, considerando que as ações foram devidamente analisadas antes de serem escolhidas para compor o seu portfolio, as ações que deveriam ser compradas para rebalancear o portfolio são 2, 4 e 5.


ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO (RE)BALANCEAMENTO

 “O rebalanceamento disciplinado do portfolio reduz a interferência [comportamento humano] fazendo com que os investidores permaneçam focados em sua política de investimentos ao invés de focarem nas emoções de sucessos ou insucessos recentes” (WEINSTEIN; TSAI; LAURIE, 2003 -  tradução nossa).
Consideramos, portanto, que o rebalanceamento tem por objetivo, na verdade, tranquilizar o investidor, mantendo-o focado no seu objetivo de longo prazo, pois para o especulador de curto prazo não fará muito sentido preocupar-se com um portfolio.
As finanças comportamentais também nos explicam que o investidor pode apresentar excesso de confiança, julgando que um portfolio acertado, por exemplo, seja fruto de seu talento nato para investimentos. Assim como 90% das pessoas julgam-se superiores à maioria.
Há ainda o fato de que as pessoas selecionam os seus investimentos baseadas em experiências recentes de sucesso, como quando analisa-se o histórico dos últimos 5 anos de um fundo de investimentos (FI). A isso dá-se o nome de perseverança, ou seja, tende-se a achar que o que ocorreu antes, vai necessariamente ocorrer de novo.

Como no meu caso que ganhei algum dinheiro com MNDL4 (Mundial) e depois recomprei o ativo na baixa, esperando o retorno da subida, e amargo até hoje MNDL3 com uns 80% de perda no preço inicial. Se nessa época soubesse sobre rebalanceamento e alocação de ativos, certamente, teria dado outro rumo ao meu aporte.

O mesmo ocorre com quem vai escolher uma ação ou FI sempre com base na rentabilidade passada. É preciso estudar a ação ou o FI e ver quais as perspectivas deles para o futuro (algo bastante trabalhoso de se fazer).


CONCLUSÃO

Balancear e rebalancear o seu portfolio sistematicamente irá evitar que você adentre uma faixa de risco desnecessária e indesejada, mantendo-lhe fiel ao seu plano inicial de investimentos.

Outro ponto importante é que existem evidências de que em períodos de volatilidade do mercado o rebalanceamento, na verdade, não só protege como aumenta os lucros do portfolio (Weinstein; Tsai; Laurie, 2003). 

Acredito que diante desses fatos você passe a considerar o (re)balanceamento como uma estratégia para aumentar a segurança e os ganhos do seu portfolio.


Referências:


Você poderá gostar também de:



Gostou do post? então compartilhe, deixe um comentário ou dúvida.

Lembre-se:
* O Blog não se responsabiliza por anúncios de terceiros aqui veiculados.
* O Blog não se responsabiliza por decisões sobre os investimentos ou compra de produtos financeiros que o leitor fizer com o seu dinheiro ou dinheiro de terceiros. ;-)


sábado, 2 de março de 2013

DOIS ANOS COMO INVESTIDOR EM AÇÕES - 8 Lições Importantes


Acho que agora finalmente posso afirmar que aprendi algo (ainda que muito pouco) sobre a bolsa de valores no Brasil. Há dois anos comecei minha aventura como investidor na bolsa, na época lembro de ter lido um dos ótimos livros do Dr. Alexander Elder e, claro, o clássico Investidor Inteligente, do Benjamin Graham.Agora você pode perguntar, o que realmente aprendi durante esse tempo?

Bem, tentarei ser o mais direto e específico possível. Uma das coisas mais importantes pode ser uma das mais decepcionantes para alguns:

1) O mercado de ações não lhe fará rico no curto prazo

Isso ocorre simplesmnte por não se tratar de uma loteria, nem um jogo. No entanto, ao mesmo tempo que não é um jogo, ninguém sabe de fato para onde o mercado vai caminhar, mantendo, assim, alguma característica de jogo (algum grau de imprevisibilidade). Hoje tudo pode indicar que haverá uma forte baixa do mercado amanhã e, repentinamente, o mercado tem uma alta, ou até mesmo poderia cair, sendo que com a queda dele a sua carteira de ações poderia até valorizar! Isso nos leva a outra grande verdade sobre o mercado.

2) Ninguém sabe o futuro
Não sei o futuro, nem você, nem os especialistas, só mesmo Deus... Uma vez que consegui ganhar meu primeiro dinheiro na bolsa com MNDL3 (novo código para MNDL4 - Mundial) achei que estava no caminho certo. E o que eu fiz a respeito? Comprei mais ações, é claro! Afinal o preço havia caído e tudo que cai certamente voltará a subir algum dia... Essa não uma filosofia totalmente errada, concorda? A questão é que deve-se considerar o tipo de empresa representada pelas ações, informando-se sobre a qualidade da admistração da empresa, sobre a possibilidade de a empresa expandir seus negócios nos próximos anos e, consequentemente, aumentar sua margem de lucro. O resultado dessa minha operação foi uma queda de aproximadamente 70% no preço da ação, levando a minha carteira de ações a ter rentabilidade de -20% em 2012!

3) Sempre realize o lucro
Lembro de quando comprei minhas primeiras 200 ações PETR4 (Petrobrás PN), que mantenho até hoje, ao preço de R$25,61 (aprox. 12 dólares). Acompanhei o preço delas subir rapidamente (em poucas semanas) para R$29,00 e não realizei lucro (não vendi as ações). Bem, o que houve foi que o preço hoje está próximo dos R$16,50 (aprox. 8 dólares) e nunca mais voltou ao patamar inicial! 
Então parece que você pode ser um buy-holder (comprar para segurar as ações) porquanto você viver (como sugerido por Warren Buffett), mas não realizar lucros é contra a lógica de investir na bolsa de valores. Portanto, sempre que houver a oportunidade, realize o lucro, porque se esperar muito os preços poderão cair e você não terá sucesso em fazer o seu dinheiro crescer.

A próxima lição é essencial e só me dei conta a uns 6 meses atrás quando li esse excelente Blog, que me levou à leitura do livro Asset Allocation: Balancing Financial Risk, de Roger C. Gibson.

4) Mantenha os seus custos o mais baixo possível. 
Evite negociar frequentemente acreditando que isso pode levar à riqueza rapidamente, pois na verdade não funciona assim. "Lembre-se, seu objetivo é negociar bem, e não negociar frequentemente" (ELDER, p.53 - "Trading for a living" - tradução nossa). Quanto mais você gastar em taxas, imposto e corretagens, menos lucro terá. Não digo que você deva procurar uma corretora de valores que lhe deixe negociar sem pagar nada, seria bom, mas não existe essa possibilidade... O que quero dizer é que nunca, jamais, realize negociações onde as taxas e corretagens sejam maiores do que 1% do total a ser comprado ou vendido. Mantenha os seus custos baixos e ficará rico mais rapidamente. É como na compra de um carro. Compre o carro mais caro e luxuoso que puder e ele lhe fará mais pobre; compre um carro popular, com baixo o custo de manutenção e mantenha-se rico.

Você poderia optar por não diversificar a sua carteira, ou até mesmo não ter uma, comprando ações de uma única empresa, mas nesse caso iria aumentar as probabilidades de enfrentar níveis desnecessários de risco e volatilidade, o que não lhe ajudaria no longo prazo. A diversificação é o próximo ponto a ser considerado.

Diversificação é um tema que já foi tratado nesse post e nesse outro.

5) Selecione pelo menos 5 ações para compor a sua carteira e evite fugir muito desse padrão, a não ser que saiba absolutamente o que faz e compreenda os conceitos de risco e volatilidade.

Volatilidade é diferente de risco, procure por essa diferença e você entenderá porque a diversificação é uma necessidade e não um luxo.

Ainda acredito que realizar prejuízo não é uma boa forma de lucrar, mas entendo que existem fatores psicológicos importantes a serem considerados quando se fala em manter uma carteira com posições em baixa. 
Compre e segure as ações, caso sofram uma grande queda de preço, procure ser paciente. Eu mesmo mantenho ações que cairam muito de preço em minha carteira e não me orgulho disso, mas entendo que não ficarão assim para sempre.

Todos já lemos ou ouvimos sobre investidores que realizaram grandes lucros comprando ações de empresas desconhecidas. Bem, isso é possível, mas é melhor entender fatos assim como mais ligados a sorte, do que a certezas. Se ao negociar na bolsa o investidor se apega muito ao fator sorte, talvez se desse melhor num bingo ou cassino, por isso não se deve esquecer de considerar outros fatores quando investindo em ações.

6) Mantenha registros detalhados das operações de compra e venda 
Assim não terá problemas com o Imposto de Renda e, principalmente, saberá com exatidão quanto renderam seus investimentos. Isso é uma condição sem a qual não dá para ser investidor, afinal, sem esse controle o investidor pode enganar-se pensando que às vezes está ganhando, quando pode é estar perdendo dinheiro.

7) Fazer preço médio para as ações pode ser bom se você for buy-holder
Provavelmente isso diminuirá o tempo que você precisaria manter as ações aguardando o melhor momento para realizar o lucro. Já fiz isso, mas ainda não cheguei ao preço desejado para a venda das ações. Se esse for o seu caso, prove a sua paciência e aguarde pelo momento adequado de finalizar a operação.

Isso finalmente nos conduz à última lição importante de hoje.

8) Ao entrar numa operação em bolsa tenha sempre um plano

Quando você não sabe o que fazer, começa a sentir-se ansioso tentando tomar uma decisão acertada ou tentando desesperadamente sair da operação para limitar perdas. O problema é que se você não calculou previamente o quanto poderia "perder", ou a que preço da ação você iria vender e concluir a operação, simplesmente não saberá o que fazer. Nesse caso a hesitação será o seu guia e, certamente, no final sua operação não terá tido o sucesso esperado.

Assim, se você não pretende gastar tempo planejando os seus passos na operação, ou não tem ninguém que o faça, não entre na operação ou simplesmente compre cotas de ETFs (fundos de investimentos passivos negociados em bolsa).

Compreendo que não é fácil ser um solitário na bolsa de valores, no entanto, enquanto investidor de ações é assim que me sinto a maior parte do tempo. Leio livros, blogs, outros sítios, converso com alguns investidores e sempre questiono tudo que ouço e leio. Sempre analiso e repenso as estratégias, pois acredito que só assim o investidor aprimora-se naquilo que realmente importa ele, investir!

Esse post está disponível em inglês. Espero tê-lo ajudado a rever seus conceitos sobre o investimento em ações.

Se gostou do post, compartilhe com os seus amigos e deixe comentários.

Ótimos investimentos a todos!

Bonne Chance!
* AVISO: ao clicar sobre as propagandas que aparecem no Blog, você poderá estar gerando receita para a manutenção do mesmo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Deversificar ou Não, Eis a Questão - continuação

Queridos leitores, tenho certeza que o último post pode ter chamado a sua atenção para este importante fator de equilíbrio dos seus investimentos. Vou procurar ser o mais direto possível hoje, pois preciso diversificar o meu tempo com várias outras atividades. Acho que já ficou claro que a diversificação além de uma possibilidade é uma boa prática quando falamos em investimentos.

A diversificação vai trazer a possiblidade de "mais tranquilidade", pois não ter todo o seu dinheiro aplicado em apenas uma modalidade de investimento apenas, será essencial para a preservação de capital no longo prazo. Gostaria muito de poder dar a perfeita receita para que o seu "bolo de dinheiro" levedasse e ficasse realmente enorme e saboroso para ser degustado conforme a sua vontade ou necessidade, mas o fato é que isso também demandará algum esforço da parte do "grande cozinheiro", ou seja, você.

Vários experts no assunto defendem que investimentos de o longo prazo demandam diversificação para a proteção do capital e, consequente, "maior tranquilidade" do dono do capital. Você pode estar a se perguntar: por que me refiro à proteção do capital? É simples, dependendo de suas possibilidades de renda (de ganhar dinheiro) e condições de vida no presente e num futuro próximo, talvez a maciça perda do seu capital seja sumária! Não lhe restando tempo ou condições adequadas para reaver o patrimônio antes construído. Se é possível evitar tamanho infortúnio, é melhor entender como...

Alguns defendem que é bom começar a diversificar a partir dos 50 mil reais. Já vi outros analistas falando em 30 ou 20 mil reais. Como falei, não há a receita do bolo perfeito... É comum os analistas de investimentos de bancos recomendarem mais ou menos o seguinte:

  • 25% em Poupança,
  • 25% em CDBs ou Fundos de Renda Fixa (RF),
  • 25% em Fundos de Ações, Multimercados, Imobiliários etc.
  • 25% em Ações (com uma carteira diversificada).
Observe que a pessoa seguindo a proposição acima terá 50% de seu capital investido em Renda Variável e 50% aplicado em Renda Fixa, o que poderá ser bom para alguns, mas não para todos. Afinal, todo investimento deve sempre ser feito levando-se em conta os objetivos do investidor no curto, médio e longo prazo.

É recomendável que você nunca invista em Renda Variável (Fundos, Ações etc.) um dinheiro do qual você possa precisar emergencialmente, pois caso você precise resgatar o dinheiro aplicado as variações podem estar negativas em relação ao investimento inicial e você, literalmente, perderá dinheiro. Recomenda-se que você tenha guardado em poupança ou CBD o referente a pelo menos 6 meses de salário para poderem ser usados numa emergência sem que você precise utilizar o dinheiro aplicado em Renda Variável. A Renda Variável deve sempre ser composta daquele dinheiro que você poderá deixar por um longo prazo aplicado, esperando o momento certo de resgatá-lo com a realização de lucro.

E se o que disponho é bem pouco pois ainda estou começando, o que devo fazer?

Nesse caso, não se preocupe ainda em diversificar, mas saiba que em algum momento no futuro isso será necessário. A poupança (por não ter custo ou impostos inclusos) é a melhor opção. Depois que você tiver pelo menos 5 mil reais, poderá, se isso lhe aprouver, investir 1000,00 em outra modalidade, como ações, por exemplo. Lembrando que você deve se respeitar quando investir, fazendo-o no que lhe deixe mais satisfeito consigo e com o seu dinheiro.

A carteira de ações deverá ter alguma diversificação, se você está começando é natural que tenha comprado ações de apenas uma  ou suas empresas. Mas conforme for alocando mais recursos em ações o ideal é promover a diversificação da carteira. É aconselhável se investir em pelo menos 4 ou 5 empresas de setores diferentes.

Sabe-se que no mercado brasileiro empresas do setor elétrico pagam bons dividendos, mas alocar o seus recursos em várias empresas do mesmo setor não será uma boa estratégia, visto que quando houver problemas que impactem o setor haverá uma grande chance de todas sofrerem desvalorização de uma só vez. Portanto, prefira setores diferentes, como uma do setor de varejo, uma do setor elétrico, uma do setor de siderurgia, uma do setor de informática, outra do setor de materiais bélicos, uma do setor agrícola..., assim, a diversificação e proteção de capital estarão caminhando juntas.

Lembre-se, porém, que a proteção de capital não é uma regra infalível, movimentos da economia mundial ou local podem gerar dificuldades em vários setores ao mesmo tempo, como é o caso da atual crise vivida nas bolsas de valores pelo mundo, que causam reflexos aqui no Brasil.

Bons (e Diversificados) Investimentos!
DF

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Diversificar ou Não, Eis a Questão

Em que situações da vida diversificamos? Se pensarmos na alimentação, a resposta para tal questão parece fácil, visto que os nutricionistas defendem uma alimentação diversificada, que tenha alimentos de vários tipos, com a quantidade e variabilidade de nutrientes necessários a uma vida saudável. Parece factível que a diversificação seja boa, mas será que ela é boa para tudo? Se você é casado(a), embora você possa achar outras pessoas atraentes, isso não lhe leva a casar-se com elas para garantir uma diversificação no amor e nas relações familiares, pelo contrário, você procura concentrar-se em seu parceiro(a), afinal, essa diversificação poderia gerar altos índices de estresse emocional e, financeiramente, poderia significar a sua falência!
A grande pergunta, portanto, é: devemos diversificar os investimentos? Embora você possa já ter a resposta na ponta da língua, procure ler o post até o fim para ver se os seus argumentos de fato sustentam a sua tese.
A diversificação dos investimentos é bastante discutível, existindo argumentos tanto para sustentar que a concentração de investimentos poderá trazer maiores retornos, como também que a diversificação deles poderá proporcionar maior segurança. Mas em ambos os casos precisa-se ter um fator de equilíbrio para que a pessoa não se exponha demasiadamente ao risco de perder o dinheiro aplicado e, também, não tenha os lucros de algumas aplicações totalmente diluídos pela diversificação excessiva de sua carteira de investimentos.
A Favor da Diversificação

Teóricos da economia geralmente defendem uma carteira diversificada de investimentos e isso parece bastante sensato, pois na medida em que você aplica o dinheiro em diferentes investimentos, acaba-se por adquirir certa segurança ou proteção ao capital investido. Tudo parece ter começado com o artigo "Portfolio Selection"*, de Harry Markowitz, publicado em 1952 no "Journal of Finance" e que hoje junto com a ideias de William Sharpe e Merton Miller compõem o que se chama de Teoria Moderna de Portfólio. A idéia por trás da diversificação é tornar menor a possibilidade de você perder todo o dinheiro aplicado em determinado investimento. Quanto maior a diversificação dos investimentos, menor será a possibilidade de perda do dinheiro investido, portanto, a diversificação é inversamente proporcional ao risco.
O próprio Graham (autor do livro The Intelligent Investor), “pai filosófico” de Buffet (um dos maiores bilionários do mundo), defendia abertamente a diversificação, humildemente praticando-a quando investindo em ações de 100 empresas, pois admitia ser praticamente impossível de descobrir qual empresa iria valorizar as suas ações num curto ou médio prazo. Se o próprio “pai dos investimentos em ações”, para alguns, utilizava amplamente a diversificação e pôde construir fortuna dessa forma, nós, os microinvestidores, não devemos imaginar que a diversificação seja de toda desprezível.
Contra a Diversificação

Navegando na maré contrária temos o que podemos chamar de concentração dos investimentos. Fala-se amplamente de casos de investidores que concentraram seu dinheiro num investimento e se tornaram milionários com operações bem sucedidas com ações ou derivativos (um outro tipo de investimento também negociado em bolsas de valores). A questão é que para cada um desses felizardos há sempre centenas de milhares que perderam tudo o que tinham justamente por concentrarem seu capital num só lugar. Situação semelhante ao trabalhador que pega os seus únicos R$2,50 que “sobraram” e joga na mega-sena. Se ele ganhar, todos dirão que ele teve a sorte de transformar um simples bilhete de loteria em milhões, mas se perder será esquecido como a grande massa de milhões e perdedores ou azarados. O problema da concentração, portanto, está no elevado risco que ela pode representar para o capital investido. No exemplo acima, muitos perderam 2,50 para que um pudesse tornar-se milionário, mas tendemos a lembrar somente do ganhador.
No livro “Aximomas de Zurique”, de Max Gunther, li que a diversificação apenas serviria para diluir os lucros. Há controvérsias. O escritor insinua que a diversificação não é uma boa ferramenta, pois impede os altos lucros. O problema desse pensamento, para mim, é que a concentração de capital num só, ou pouquíssimos investimentos distintos, não são sinônimos de lucros altos mas, tão somente, de riscos altos. Precisa-se entender que o objetivo primeiro da diversificação não é o lucro, mas a proteção do capital investido, pensando assim parece mais sensato diversificar.
Atualmente estou lendo o livro “Investindo em small caps”, de Anderson Lueders, e é interessante o que ele defende, afirmando que pela improbabilidade de se descobrir, numa só tacada, qual será a ação que se valorizará fortemente na bolsa de valores nos próximos meses, o ideal seria estudar a fundo as empresas a serem “compradas” e promover alguma diversificação, pois assim, aumentariam as possibilidades de se descobrir uma empresa que rendesse grandes lucros ao investidor. Ora, se uma empresa de uma carteira com 10, apresenta uma valorização de 1000% em suas ações, essa valorização não só puxará a carteira como um todo para cima, mas poderá significar um grande avanço financeiro para o investidor.
Percebam que não há uma forma de ser categórico quanto ao assunto, no entanto, os extremos podem ser contraproducentes. Por enquanto, encerro o post sem encerrar o assunto, com a promessa de continuá-lo em breve.

Se gostou do post deixe um comentário, se tem dúvidas, deixe uma pergunta e como sempre gosto de dizer...
Bons investimentos (diversificados ou concentrados)!
DF
­­­­­____________
Fontes e notas:
* Portfolio Selection – Seleção (ou composição) da carteira de ações.