terça-feira, 22 de novembro de 2011

Juros para Enriquecer!

Ninguém discordaria que em uma sociedade capitalista dinheiro é sinônimo de poder. Para fundamentar esta afirmação cito apenas um exemplo, os bancos, que são instituições riquíssimas e com um poder considerável em qualquer país capitalista. O poder deles é tão grande que quando estão "quebrando" por má administração e/ou fraudes os governos imediatamente os ajudam, "dando" o dinheiro que é do povo - arrecadado por impostos - para que eles sobrevivam às crises, como no caso da crise subprime ocorrida nos EUA.

Os bancos vivem eminentemente dos juros cobrados nas diversas operações financeiras. É verdade que eles também pagam juros para os investidores que deixam seu dinheiro aplicado. Mas será que os juros que eles pagam é tão grande quanto o que eles cobram? A resposta é um grande não! Os juros em cheques especiais são muito altos, chegando a ser cerca de 9% ao mês, enquanto a poupança rende algo em torno de 0,60% mensais. A diferença é gritante, por isso é necessário desde já que você entenda que apesar dos juros pagos numa aplicação financeira serem geralmente ínfimos em relação aos juros praticados pelos bancos em empréstimos, cheques especiais e cartões de créditos, eles lhe darão a possibilidade de aumentar seu patrimônio líquido ao longo dos anos.

Só para ficar mais claro, se alguém ficasse devendo R$ 70 mil constantemente no cheque especial por cinco anos - caso teórico que dificilmente aconteceria na vida real, pelo valor elevado e o prazo longo - pagaria, ao final, mais de R$ 13 milhões.* Se, por outro lado, alguém investisse esses mesmos 70 mil num aplicação que pagasse 0,75% ao mês, obteria ao final de 10 anos, 171.595,00 reais. É certo que os juros cobrados pelo banco são exageradamente maiores, mas mesmo com os pequenos juros fornecidos à nossa aplicação hipotética, em 10 anos, alcançaríamos mais 100 mil reais que inicialmente não estavam lá!

Atualmente estou lendo um livro chamado "12 meses para enriquecer: o plano da virada", editora Lua de Papel, de Marcos Silvestre, que é planejador financeiro. Nele é exposto de forma simples e acessível ao leigo noções de matemática financeira, oferencendo, inclusive, um CD com planilhas e calculadoras, no Excel, para que você mesmo aprenda a calcular juros na hora de parcelar um veículo ou imóvel, por exemplo. Definitivamente, um livro que vale a pena ser lido e consultado, pois poderá servir para guiar seus passos rumo ao enriquecimento.

b_250_143_16777215_0___images_stories_concurso_matematica_juros_compostos_02.gifUm dos fatores mais importantes, segundo o autor para o enriquecimento é justamente você deixar de pagar juros e passar a recebê-los. Sei que isso nos traz uma sensação de dèjá vu, afinal já vimos isso em algum outro lugar, mas os exemplos trazidos no livro nos fazem realmente pensar de forma clara sobre o assunto. A maioria das pessoas que adquire um carro em 60 prestações, na maioria das vezes, não sabe exatamente quanto vai pagar de juros ao final das parcelas e nem, muito menos, se preocupam em quanto custará o veículo no total. Ora, você comprando o veículo em prestações pagará altos juros que são compostos! Ou seja, os 0,99% oferecidos amplamente nas campanhas publicitárias podem levar você a pagar o dobro ou perto do dobro do valor do bem adquirido. Sendo que o veículo vai sofrer depreciação natural, haverá necessidade de manutenção e após os 5 anos do financiamento você estará precisando trocar de carro novamente, sem, no entanto, dispor do dinheiro para isso.

A única forma de evitar a situação acima é através do planejamento. Se você realmente precisar do carro com urgência, procure comprá-lo dando o máximo de entrada e parcelando no mínimo de tempo possível, assim reduzirá os juros a serem pagos. Se não for o veículo uma necessidade, programe-se, calcule quanto você vai precisar guardar numa aplicação para que disponha do dinheiro para comprar o carro daqui há alguns anos. Isso lhe ajudará em duas coisas, primeiro, você precisará juntar menos dinheiro que o valor dele, pois o resto do dinheiro será conseguido pelos juros compostos da aplicação; segundo, no ato da compra você poderá negociar o preço, pedindo um desconto, quem sabe de uns 5 ou 10%, já que pagará à vista.

Dessa forma, você terá pago menos dinheiro pelo carro por não ter juntado seu valor integral, já que parte virá dos juros pagos pela aplicação, terá tido um desconto à vista, o que lhe garantirá, digamos uns 5 mil reias de sobra (quando pensando em um carro de uns 30 mil), que poderão ser gastos numa viagem ou reinvestidos numa aplicação para garantir a troca do carro daqui a uns anos.


Endividar-se com financiamentos pode ser uma má idéia, pois quando colocamos os juros embutidos nessas operações financeiras na "ponta do lápis", vemos que a única maneira de realmente enriquecer é com alguma dose de planejamento financeiro, para que nós, consumidores, fujamos das armadilhas da publicidade enganosa ou das tentações do consumo imediato através de parcelamentos ou financiamentos desnecessários.

Concluindo, é deixando de pagar juros  exorbitantes e passando a aplicar o dinheiro de forma regular para alcançar um desejo que estaremos trilhando o caminho que conduz à prosperidade.



Um abraço e bons investimentos!
DF

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Fontes:
* http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1009447-juro-do-credito-pessoal-chega-a-68-ao-ano-seis-vezes-a-selic.shtml

Links úteis:
- calcule o valor futuro de uma aplicação lenvando em conta seus juros mensais, dentre outros:
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/jsp/index.jsp

- outro site interessante para calcular juros:
http://www.calculadoraonline.com.br/financeira

- sítio do livro citado:
http://www.oplanodavirada.com.br/


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Veja Como Declarar Investimentos em Ações no IRPF

Caros leitores, já há algum tempo tem me incomodado a diversidade das informações constantes na WEB sobre como declarar compras e vendas de ações no IRPF. Já vi até sítios indicando que você não precisaria declarar nada, pois se você não havia vendido mais de 20 mil reais em um mês, não tinha com o que se preocupar. Com certeza essa informação não procede...

Ao pesquisar o assunto Encontrei esse artigo da EXAME.COM que parece ser bastante completo e detalhado o suficiente para quem pretende fazer a sua própria declaração do IRPF.

Mesmo que você seja um microinvestidor, como eu, precisará declarar a posse das ações, senão, no dia que vender e realizar lucro terá problemas ao declarar. Isto ocorre porque a receita nunca soube da existência das ações antes, o que poderá causar a entrada na malha fina ou pagamento de impostos desnecessários.

Espero sinceramente que a matéria seja suficientemente esclarecedora para você como foi para mim.


Bons investimentos (declarados corretamente)!

Abraço.
DF

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Deversificar ou Não, Eis a Questão - continuação

Queridos leitores, tenho certeza que o último post pode ter chamado a sua atenção para este importante fator de equilíbrio dos seus investimentos. Vou procurar ser o mais direto possível hoje, pois preciso diversificar o meu tempo com várias outras atividades. Acho que já ficou claro que a diversificação além de uma possibilidade é uma boa prática quando falamos em investimentos.

A diversificação vai trazer a possiblidade de "mais tranquilidade", pois não ter todo o seu dinheiro aplicado em apenas uma modalidade de investimento apenas, será essencial para a preservação de capital no longo prazo. Gostaria muito de poder dar a perfeita receita para que o seu "bolo de dinheiro" levedasse e ficasse realmente enorme e saboroso para ser degustado conforme a sua vontade ou necessidade, mas o fato é que isso também demandará algum esforço da parte do "grande cozinheiro", ou seja, você.

Vários experts no assunto defendem que investimentos de o longo prazo demandam diversificação para a proteção do capital e, consequente, "maior tranquilidade" do dono do capital. Você pode estar a se perguntar: por que me refiro à proteção do capital? É simples, dependendo de suas possibilidades de renda (de ganhar dinheiro) e condições de vida no presente e num futuro próximo, talvez a maciça perda do seu capital seja sumária! Não lhe restando tempo ou condições adequadas para reaver o patrimônio antes construído. Se é possível evitar tamanho infortúnio, é melhor entender como...

Alguns defendem que é bom começar a diversificar a partir dos 50 mil reais. Já vi outros analistas falando em 30 ou 20 mil reais. Como falei, não há a receita do bolo perfeito... É comum os analistas de investimentos de bancos recomendarem mais ou menos o seguinte:

  • 25% em Poupança,
  • 25% em CDBs ou Fundos de Renda Fixa (RF),
  • 25% em Fundos de Ações, Multimercados, Imobiliários etc.
  • 25% em Ações (com uma carteira diversificada).
Observe que a pessoa seguindo a proposição acima terá 50% de seu capital investido em Renda Variável e 50% aplicado em Renda Fixa, o que poderá ser bom para alguns, mas não para todos. Afinal, todo investimento deve sempre ser feito levando-se em conta os objetivos do investidor no curto, médio e longo prazo.

É recomendável que você nunca invista em Renda Variável (Fundos, Ações etc.) um dinheiro do qual você possa precisar emergencialmente, pois caso você precise resgatar o dinheiro aplicado as variações podem estar negativas em relação ao investimento inicial e você, literalmente, perderá dinheiro. Recomenda-se que você tenha guardado em poupança ou CBD o referente a pelo menos 6 meses de salário para poderem ser usados numa emergência sem que você precise utilizar o dinheiro aplicado em Renda Variável. A Renda Variável deve sempre ser composta daquele dinheiro que você poderá deixar por um longo prazo aplicado, esperando o momento certo de resgatá-lo com a realização de lucro.

E se o que disponho é bem pouco pois ainda estou começando, o que devo fazer?

Nesse caso, não se preocupe ainda em diversificar, mas saiba que em algum momento no futuro isso será necessário. A poupança (por não ter custo ou impostos inclusos) é a melhor opção. Depois que você tiver pelo menos 5 mil reais, poderá, se isso lhe aprouver, investir 1000,00 em outra modalidade, como ações, por exemplo. Lembrando que você deve se respeitar quando investir, fazendo-o no que lhe deixe mais satisfeito consigo e com o seu dinheiro.

A carteira de ações deverá ter alguma diversificação, se você está começando é natural que tenha comprado ações de apenas uma  ou suas empresas. Mas conforme for alocando mais recursos em ações o ideal é promover a diversificação da carteira. É aconselhável se investir em pelo menos 4 ou 5 empresas de setores diferentes.

Sabe-se que no mercado brasileiro empresas do setor elétrico pagam bons dividendos, mas alocar o seus recursos em várias empresas do mesmo setor não será uma boa estratégia, visto que quando houver problemas que impactem o setor haverá uma grande chance de todas sofrerem desvalorização de uma só vez. Portanto, prefira setores diferentes, como uma do setor de varejo, uma do setor elétrico, uma do setor de siderurgia, uma do setor de informática, outra do setor de materiais bélicos, uma do setor agrícola..., assim, a diversificação e proteção de capital estarão caminhando juntas.

Lembre-se, porém, que a proteção de capital não é uma regra infalível, movimentos da economia mundial ou local podem gerar dificuldades em vários setores ao mesmo tempo, como é o caso da atual crise vivida nas bolsas de valores pelo mundo, que causam reflexos aqui no Brasil.

Bons (e Diversificados) Investimentos!
DF