segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SEM FÉ É IMPOSSÍVEL SOBREVIVER À BOLSA



Gostaria de iniciar o post fazendo "um minuto de barulho" em homenagem a Joelmir Beting, conforme recomendação da carta lida ao vivo no dia de sua passagem. Sem dúvida alguma, um brasileiro brilhante!

Onde está a sua fé? Em que ou em quem você tem fé? No momento em que voo de Fortaleza para São Paulo, tenho fé em Deus que chegarei lá, tenho fé (confiança) na habilidade do piloto e do copiloto de conduzirem a aeronave...

Para tudo na vida existem expectativas, ou alvos que queremos alcançar. Skinner, um dos maiores psicólogos que já existiu (um dia dedicarei um post só para ele) e nos ensinou sobre o comportamento operante, diria que tudo são tão somente comportamentos e que esses ocorreriam dependendo de como e quão frequentemente fossem reforçados. No caso do avião, quantas vezes eu havia confiado em Deus e na capacidade dos pilotos para chegar ao meu destino são e salvo e havia funcionado... Já fiz dois pousos de emergência! (sem danos, no entanto).

Este não é um post religioso, mas com certeza lhe fará refletir sobre algumas questões próprias da vida de investidor em renda variável. É sempre corriqueiro ouvir-se que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, que os analistas de mercado ou de corretoras simplesmente parecem prever o que ocorrerá nos próximos meses na bolsa de valores de forma amiúde aleatória, ou que investir na bolsa de valores é bastante arriscado, por isso você não deveria começar antes de ler bastante sobre o assunto, ou que todos que investem na bolsa começam perdendo dinheiro...

Bem, o fato é que para investir é preciso ter fé. Você não ouviu bem? Sim, é fé mesmo, mesmo que você se queixe de ser ateu. Acho que você, leitor, já deve ter-se deparado com a afirmação de que para investir em ações você deveria ser pessimista (quando a maioria dos investidores estava otimista) e otimista (quando a maioria dos investidores estava pessimista).

Recentemente estive lendo mais um livro do renomado Dr. Alexander Elder. Apesar de não simpatizar muito com o método de análise técnica, aquele que fica procurando tendências em gráficos de ações, gosto muito da maneira divertida e aparentemente sincera com a qual esse autor escreve seus livros. O último que li foi o festejado Trading For A Living, que para alguns investidores é como se fosse o “Intelligent Investor” da análise técnica.

Embora Elder às vezes soe um tanto repetitivo, ele nos ensina uma importante lição: ter muito cuidado ao “brincar” com o mercado, afinal, não queremos perder dinheiro. Se não queremos perder dinheiro, porque será que investimos em algo que todo mundo diz ser muito arriscado, volátil, que traz prejuízos anualmente a mais da metade das pessoas que investem nesse tipo de aplicação financeira?

Skinner, o criador da Análise Experimental do Comportamento, diria que isso provavelmente se daria pelo fato de ouvirmos sempre estórias sobre alguém que ficou rico com ações. Essas estórias seriam reforçadoras do comportamento de investir em ações, assim como o fato de que eventualmente alguma ação na carteira desse investidor teria uma alta expressiva ou lhe pagaria gordos dividendos, fazendo mais uma vez com que o comportamento de investir fosse reforçado, ou seja, recompensado por consequências positivas. Skinner era realmente genial!

No entanto, ainda não cheguei onde quero... Se no mercado é tão difícil de ganhar dinheiro, porque continuamos a investir nele? Certamente porque somos muito mais otimistas do que imaginamos. Minha carteira de ações, por exemplo, já caiu esse ano mais de 30% do seu valor total. Mas como não tenho pressa em rever esse dinheiro (mas é claro que quanto mais rápido, melhor!), disponho da possibilidade de aguardar que as ações subam e voltem a dar lucro para mim, um reles mortal que sonha em obter gordos rendimentos investindo em ações num país em desenvolvimento, da América do Sul.

Se todos fossem pessimistas, e a maioria dos muito entendidos do mercado nos ensinam a sê-lo, simplesmente não investiríamos, ninguém estaria na bolsa, estaríamos 100% em renda fixa, talvez comprando títulos da dívida pública, sim pois mesmo os fundos de ações que se gabam de ser diversificados, mais seguros que ações, geridos por especialistas e blá blá blá blá, na maioria das vezes perdem da poupança e de bons CDBs... Vejam esse post de um blog que muito admiro e tenhoseguido de perto e comprovem.

Somos pessoas de fé, não porque o Brasil se diga católico, mas porque apesar das evidências se mostrarem contrárias, como no dado momento em que as ações da Eletropaulo (ELPL4) e da Eletrobrás (ELET3) batem no fundo do poço, acreditamos piamente na virada do mercado, com a qual lucraremos (talvez não tanto quanto desejamos) e partiremos para outras aventuras (empreendimentos responsáveis) que nos conduzirão ao primeiro, de muitos milhões.

Sinceramente, esse é meu desejo para mim e para vocês, investidores de fé.

Já ouvi e li sábios do assunto dizendo que não adianta comprar uma ação e ficar torcendo ou rezando para ela subir... que o investidor deve ser 100% neutro, não emocional e blá blá blá blá blá blá... Será? Mas, afinal, se ninguém sabe o futuro (e todos concordam nisso), não custa nada torcer um pouquinho, não é? A questão é que a escolha da ação para o seu time de ações precisa ser tão bem pensada quanto a compra de um jogador para um time de futebol.

Se você não tem fé, o que está fazendo na bolsa? Sem fé, é impossível sobreviver à bolsa de valores.

Bons investimentos e até o próximo post!

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Daniel